sexta-feira, 16 de março de 2007

Angelina Jolie: "Nunca fui tão maluca quanto hoje" - (16/03/2007)

Fonte: QUEM Online

 
 
A atriz fala sobre sua vida em família com Brad Pitt e como equilibra os papéis de mãe e profissional com suas ações humanitárias pelo mundo.

De musa dark a embaixadora da ONU para refugiados. Assim foi a transformação de um dos maiores furacões de Hollywood: a atriz Angelina Jolie. Depois de sua fase gótica e alienada, Jolie amadureceu e se transformou na primeira superestrela do cinema – desde Mia Farrow e Audrey Hepburn – a chamar a atenção para os problemas dos refugiados do mundo, criando a moda das celebridades que abraçam causas sociais. Não bastasse isso, Jolie chegou às vias da beatificação do show biz ao adotar o menino cambojano Maddox e a africana Zahara. O terceiro adendo a essa prole, a garota Shiloh Nouvel, foi produto biológico de sua união com Brad Pitt. Depois de um período turbulento – e no qual o casal se negou a falar publicamente do romance –, Angelina parece ter baixado a guarda e, nesta entrevista, fala sobre os filhos, o romance com Pitt e a ordem mundial.

Dos seus filhos, apenas o último deles, a menina Shiloh Nouvel, é seu biológico. Isso a faz ser diferente?
ANGELINA JOLIE: Para ser honesta, achei que seria, sim. Mas, no fim das contas, não é nada diferente, a não ser o fato de que ela se parece com Brad (risos). Para mim, todos os meus filhos são interessantes da mesma maneira e todos vieram a mim de uma forma diferente. Cada momento deles, seja no qual eu os conheci ou o nascimento da minha filha, é igualmente importante e interessante.

Então a experiência de ficar grávida e dar à luz não a afetou tão fortemente.
AJ: Não há nada de especial porque um filho é parte seu geneticamente e os outros nasceram de outras mulheres. Para mim, o mais legal de toda a gravidez foi o lado homem e mulher dentro de um relacionamento. Ver como Brad reagiu ao assistir à ultra-sonografia pela primeira vez foi um momento único. Por outro lado, quando vi a foto de Zahara antes de conhecê-la pessoalmente, foi muito emocional para mim. São jornadas diferentes com sentimentos muito parecidos.

Como você os cria?
AJ: Como toda mãe. Quero que meus filhos sejam saudáveis e, sobretudo, que tenham uma ótima atitude sobre si mesmos. Quero ter certeza de que, quando viajamos – o que é muito importante para mim –, eles não se percam nesse lado mundano. Pretendo que entendam que podem ser privilegiados, mas que, por outro lado, são crianças como as que visito e, de vez em quando, estarão com um bando de crianças que não têm TV e que passam o dia jogando futebol em terreno de chão batido.

O que você aprende com essas viagens pelo mundo?
AJ: Trabalhar com refugiados é algo que me traz enorme felicidade. Em minhas viagens, conheci mulheres que sofreram demais e são muito mais fortes que eu. Eu as amo e admiro. Ganho muito dinheiro com uma profissão que adoro, mas gastar esse dinheiro em jóias nada significa para mim. Já poder construir uma escola me dá um grande contentamento. Não me sinto especial por isso, mas privilegiada por poder fazê-lo.

No começo de sua carreira, você tinha a imagem de selvagem, doidona. Acha que amadureceu?
AJ: Isso é muito engraçado. Acho que sou muito mais selvagem e doidona agora. Talvez, aos 20, fosse um pouco mais perdida e autodestrutiva. Todos nós passamos por períodos em que ficamos sem um senso real de propósito. Ou estamos absortos na dor de nossa própria angústia. Mas sou muito mais maluca hoje, pois faço escolhas como ir a Washington fazer lobby com políticos cujas idéias desprezo para que eles passem esta ou aquela lei no Congresso. Sem esse tipo de propósito, aos 20, era muito mais fácil ser revoltada. Seu ativismo social a fez colocar a fama no banco traseiro?
AJ: Sim. Para começo de conversa, ser celebridade nunca foi uma coisa legal. Adoro ser atriz e tenho sorte de fazer filmes divertidos, que servem de entretenimento para a família. Mas, às vezes, quero fazer filmes que digam alguma coisa, como a história de Daniel Pearl (repórter americano que foi seqüestrado e assassinado no Paquistão. Jolie interpreta sua viúva). Uma das primeiras perguntas que faço ao receber um roteiro é: “Quanto tempo terei de ficar longe dos meus filhos?” (risos). É muito difícil me tirar de casa hoje em dia.

Qual é o segredo de um relacionamento de sucesso, como é o que você parece manter com Brad Pitt?
AJ: É ter valores parecidos e lutar pelos mesmos ideais, ter uma opinião semelhante sobre o certo e o errado. E ter respeito um pelo outro.

O que mais a surpreendeu em seu companheiro?
AJ: Ele é muito pé no chão. Se você conhecer a família dele, vai entender o porquê. Brad tem uma família que o ama completamente, amorosa, equilibrada e muito cool.

Como Brad se sai como pai?
AJ: Ele é ótimo! Enquanto dou esta entrevista, é ele quem cuida das crianças (risos). Hoje cedo acordei e o ouvi trocando as fraldas. As duas garotas ficaram prontas ao mesmo tempo e uma estava gritando pela mamadeira. Fiquei escutando aquele choro por quase cinco minutos, até me levantar da cama. Um doce caos (risos).

Os paparazzi não os deixam em paz. Isso deve ser um absoluto horror para vocês.
AJ: Por alguma razão, a gente foi pousar num ponto onde existe um foco bizarro pela superficialidade, mas isso vai passar. A única coisa assustadora é a cultura de celebridades ter invadido até os telejornais sérios das principais emissoras de TV. Você sintoniza a BBC, por exemplo, procurando notícias sobre Darfur, e o que encontra? Um programa sobre paparazzi. Tentamos não deixar que essas coisas afetem nossas vidas, mas afeta a de nossas crianças, infelizmente. Zahara fica um pouco assustada com as câmeras.

E como você explica essa sanha toda a eles?
AJ: Como você pode explicar uma coisa tão bizarra dessas?

Mas deve haver uma maneira. Eles devem ficar curiosos, não?
AJ: Claro. A gente diz a eles que existem pessoas doidas (risos). Fazemos uma piada do tipo: “Olha os lunáticos que querem tirar nossas fotos”. Não fazemos nenhum esforço em explicar que estão tirando fotos da gente para comercializá-las. Não posso levar Maddox ao Central Park e negar-lhe um sorvete porque tem dois homens escondidos atrás de uma árvore.

Você tem alguma fraqueza?
AJ: Muitas. Brad dirá que sou muito compulsiva e faço várias coisas ao mesmo tempo. Às vezes, ele pergunta se não podemos visitar um país e ter três dias para não fazer nada, sem um campo de refugiados para as crianças visitarem.

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