A felicidade em pessoa, revista Contigo

Após dois anos sem aparecer à frente das câmeras (seu último trabalho foi dar voz a uma tigresa na animação Kung Fu Panda), a sorridente atriz volta às telonas em A Troca como uma inconformada mãe em busca do filho desaparecido, papel que pode lhe render um segundo OscarQui.


Angelina Jolie, 33 anos, está de volta às capas e miolos de revistas espalhadas por todo o mundo, mas não como a mãe de seis lindas e felizes crianças - no caso, Maddox, 7, Pax, 5, Zahara, 3, Zhiloh, 2, e os gêmeos Knox e Vivienne, 5 meses. A mulher de Brad Pitt, 45, chacoalha a mídia internacional por causa de Walter Collins, um garotinho de cerca de 9 anos. Seu novo filho adotivo? Nada disso. Walter desaparece na Los Angeles da década de 20 e ela faz o papel de sua mãe no longa A Troca, dirigido por Clint Eastwood e baseado em fatos reais. Por esse trabalho, elogiado pela crítica internacional, ela deve receber sua segunda indicação ao Oscar - desde já, Angelina concorre ao Screen Actors Guild Awards e ao Globo de Ouro, premiações consideradas prévias do maior evento do cinema mundial, que acontecerá em 22 de fevereiro.

Cabelos escurecidos

Se Angelina irá conquistar mais uma estatueta dourada - ela já tem uma por sua atuação no papel da coadjuvante Lisa Rowe no longa Garota Interrompida (1999) - não se sabe. Mas o aval do espectador ela já conquistou. Como sempre, a atriz de 1,73 metro de altura arrebatou fãs e jornalistas na pré-estreia do filme em Nova York, em outubro. Com o maridão a tiracolo, Angie (como é chamada na intimidade) desfilou pelo tapete vermelho seu corpo esguio de sempre (recuperado menos de três meses após o nascimento dos gêmeos) dentro de um Versace tomara-que-caia preto e com os cabelos mais escuros que o normal. Em entrevista, horas depois, ela explicou que estreava uma nova tintura. ''É henna natural'', deixou claro para os ''repórteres-tinturistas'' de plantão, preocupados com o fato de ela ainda estar amamentando os gêmeos.

Amada por todos

No evento, ela ainda sorriu e posou para os fotógrafos, ciente de sua responsabilidade de diva moderna, e atendeu aos fãs, ávidos por autógrafos e recordações em suas máquinas digitais e celulares, com o seu peculiar bom humor, doçura e paciência - qualidades que lhe sobram, mas que, às vezes, faltam ao marido.

Durante toda a agenda de divulgação de seu novo trabalho, contrariando os boatos de que estaria enfrentando forte depressão pós-parto e, mais uma vez, os de que estaria a um passo de ser deixada por Brad, Angelina exibiu uma serenidade materna que agora e sempre irá lhe acompanhar.

Visivelmente feliz (também, não é pra menos!), ela levou toda a família a Nova York, para divulgar A Troca. Por quatro dias, o clã deixou a mansão de 12.000 metros quadrados, na qual está vivendo em Berlim, aos cuidados da equipe de 14 empregados e ocupou um andar inteiro do luxuoso hotel Waldorf Astoria, em Manhattan.

A família vai, sim, aumentar

Durante entrevista coletiva, a atriz explicou como foi viver o papel de Christine Collins, uma mãe solteira que ficou conhecida pelo caso do desaparecimento de seu filho, em março de 1928, e que é praticamente obrigada pela corrupta polícia de Los Angeles a aceitar um filho falso, que lhe é entregue - já que a instituição deseja se ver livre logo do caso polêmico. ''Se a história não fosse real, este seria o pior roteiro de cinema já escrito, pois o que essa mulher viveu não faz o menor sentido'', declarou Angelina, que em nenhum momento repercutiu as recentes declarações de sua eterna rival, Jennifer Aniston, 39, ex de Pitt, que disse à revista Vogue não ter gostado de sua declaração sobre o romance com o ator ter iniciado no set de Sr. e Sra. Smith (2005), quando ele ainda estava casado.

O que a atriz revelou foi ter engravidado de Knox e Vivienne durante as filmagens e que foi o roteiro do filme que a incentivou a ser mãe novamente. ''Estava sensível e pensando muito na maternidade. Engravidar não foi um simples acaso.''

Mãe de três filhos adotivos e três biológicos, Jolie disse que um sétimo bebê está, sim, nos planos dela e de Pitt. ''Tudo pode acontecer. Brad e eu amamos crianças e estamos abertos. Nossa casa é um 'caos divertidíssimo' e queremos mais!''

A vez de Clint


O diretor Clint Eastwood, 78, também teve seus momentos na coletiva. Quando perguntado sobre sua paixão por temas dramáticos como os de A Troca, justificou: ''A base do drama é o conflito. E conflitos emocionais são pontos de partida para as histórias que gosto de contar. Por ser real, o caso de Christine Collins torna-se ainda mais intrigante''.

Prestes a lançar seu mais recente filme, Gran Torino - com estreia prevista no Brasil para 6 de fevereiro -, no qual dirige e volta a atuar, Eastwood aproveitou o encontro com jornalistas do mundo todo para dizer que encerrou mesmo sua carreira de ator. ''Não quero ser como um lutador que fica tempo demais no ringue, até não conseguir mais lutar'', alegou o cineasta, que carrega quatro indicações e dois Oscars de melhor direção no currículo.