sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Preço alto

Fonte: O Diario de Angelina Jolie

Angelina Jolie durante o Festival de Cannes de 2008


Quando Angelina Jolie e Brad Pitt negociaram com a revista "People" e outras revistas especializadas no noticiário de celebridades fotos de seus gêmeos e uma longa entrevista, os atores estavam de olho em mais do que os estimados US$ 14 milhões que foram parar em sua conta-conjunta, informa a edição desta sexta-feira do jornal americano "The New York Times". Eles queriam também um acordo jornalístico: uma promessa de que a revista vencedora da "licitação" faria uma cobertura positiva, mas não apenas para o nascimento dos filhos, mas também no futuro.

Pelo acordo exigido por Angelina Jolie, a revista vencedora foi obrigada a oferecer uma cobertura que não se refletisse negativamente em sua família, garantiu uma fonte ao jornal. O acordo previa ainda um "plano editorial" com direito a aprovação prévia até da diagramação da reportagem.

A vencedora foi a revista "People". O "pacote" foi parar na capa e no recheio da revista do dia 18 de agosto - a edição foi a mais vendida em sete anos -, um golpe publicitário para Angelina Jolie, vencedora do Oscar e ex-excêntrica-mor de Hollywood que usava um colar ornamentado com sangue e que vivia falando de sua adoração por facas antes de se transformar numa voluntária, embaixadora das Nações Unidas e devotada mãe de seis filhos.

Na entrevista da "People", havia perguntas sobre o trabalho voluntário de Angelina e não foi usado em momento algum a palavra "Brangelina", o apelido do casal dado pelos tablóides sensacionalistas, que provoca irritação no casal.

A revista "People", que pertence ao grupo Time Inc., negou em comunicado qualquer interferência na cobertura. "Essas pré-condições são categoricamente falsas", diz o texto. "Assim como qualquer outra empresa jornalística, 'People' compra fotos, mas a revista não determina conteúdo editorial baseado em demandas de fora", acrescentou o documento.

Enquanto todas as celebridades procuram manipular suas imagens públicas para um grau acima, a atriz consegue isso via uma determinação que faz com que só dependa dela mesmo como sua imagema será disseminada. A atriz não emprega um assessor de imprensa nem um agente. A responsável por sua imagem pública pertence a ela mesma, embora ela conte ainda com seu empresário de longa data, Geyer Kosinski.

Jennifer Lopez, que vendeu fotos de seus gêmeos para a "People" por US$ 6 milhões em fevereiro, tem um time de oito assessores para auxiliá-la em situações como essa. Jolie, de 33 anos, tem seu telefone celular, um advogado e Kosinski (e, é claro, o conselho de seu marido, Brad Pitt). A agência Getty Images negociou as fotos.

"Ela é terrivelmente inteligente", disse Bonnie Fuller, ex-editor das revistas "US Weekly" e "Star". "Mas não apenas a inteligência a leva tão longe. Ela também tem um talento incrível, talvez maior do que qualquer outra estrela, para administrar sua imagem pública", acrescentou.

Angelina Jolie não respondeu a pedidos de entrevistas do "The New York Times". O advogado da artista, Robert Offer, recusou-se a comentar. Mas entrevistas com cerca de 20 pessoas que trabalharam diretamente com ela nos últimos anos mostra o quanto ela talentosamente manipula a imprensa.

Angelina sabiamente caminha em uma linha entre a total realidade e o completo mistério, cultivando relações de amizade com repórteres e até enviando fotos dela mesma para os paparazzi.

Ela dita termos para revistas de celebridades interferindo na cobertura de notícias sobre ela e sua família, garantem os editores. Com isso, ela cria uma situação vergonhosa para as publicações que tentam obedecer aos rígidos padrões jornalísticos.

A atriz mostrou sua habilidade em manipular a imprensa em outras negociações. A revista "People" se deu melhor e pagou US$ 4,1 milhões por fotos exclusivas e entrevista com a atriz quando ela deu à luz Shiloh em 2006. O casal ficou de doar a quantia para uma instituição de caridade.

Numa negociação separada com a "People", Angelina convidou editores de revistas para uma espécie de leilão de fotos exclusivas dela com o filho cambojano, Maddox, com a cobertura do seu trabalho humanitário como condição.

"Angelina e Brad compreendem o interesse na família mas também esperam que as publicações que comprem essas fotos as usem de maneira a chamar atenção para as necessidades do povo cambojano", afirmou um comunicado deles aos editores em 2006.

Clique aqui e leia a matéria completa publicada hoje no New York Times.

Foto: Valery Hache/Agencia France-Presse

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