Angelina é entrevistada por Anderson Cooper

Fonte: CasalJolie-Pitt

Angelina Jolie on CNN with Anderson Cooper Interview no Yahoo! Vídeo

Em entrevista a Anderson Cooper que irá ao ar hoje pela CNN em "Anderson Cooper 360", Angelina Jolie discute a crescente crise envolvendo refugiados ao redor do mundo e como suas visitas a estes refugiados afetam sua família.

A recente doação dela e de Brad Pitt a refugiados do Paquistão:

ANDERSON COOPER: Você e Brad Pitt doaram $1 milhão de dólares a refugiados e pessoas sem teto no Paquistão. Como você disse, 3 milhões de pessoas estão envolvidas em uma guerra civil. Eu acho que esta situação é atualmente o maior movimento em massa de pessoas desde o genocídio em Rwanda. Eu estou surpreso de saber, que apenas os Estados Unidos têm ajudado estas pessoas. Já foram doados cerca de $ 300 milhões de dólares. Isso não choca você? Você não se preocupa porque países europeus e mesmo alguns países árabes, de acordo com autoridades paquistanesas tem ignorado completamente a crise?

ANGELINA JOLIE: Sim. E eu penso que eles poderiam prestar muito mais atenção ao que está acontecendo. Isso é deprimente, eu não sou uma pessoa política, mas eu penso que há pouca compreensão sobre estes extremistas. Esta luta é muito pessoal para todos nós. As vítimas são pessoas comuns como agricultores. São pessoas com quem nós poderíamos sentir uma real conexão, são pessoas que nós poderíamos nos identificar. É inimaginável o que poderia acontecer se os extremistas ganhassem esta guerra. Este é o momento de ajudar estas vítimas, estas famílias desesperadas. Todos os países devem se sentir responsáveis em fazer isso e eu realmente penso que eles querem ajudar, é preciso dar o próximo passo.

Explicando suas viagens a campos de refugiados a seus filhos:

ANDERSON COOPER: Pessoalmente, quando você vai a lugar como o Afeganistão, o que faz você se preocupar? Eu digo, seus filhos se preocupam? Você explica a eles o que está acontecendo?

ANGELINA JOLIE: Alguns dos meus filhos são de países que viveram conflitos. Eu explico a eles que há outras famílias no mundo que não são abençoadas como a nossa é, assim como há outras crianças. Suas mamães estão em países onde não é seguro. E seus filhos estão em países onde não é seguro e eles não são abençoados como nós somos.

E digo a eles que é importante fazer tudo ao nosso alcance para ajudar, ir a estes lugares e compreender o que está acontecendo. Eles estão sendo criados assim, ajudar para eles é apenas a coisa normal a fazer. Eu espero levar eles a tantos países quanto eu possa para criá-los com uma educação para o mundo.

Histórias que permanecem com ela depois de visitar campos de refugiados:

ANDERSON COOPER: Você já encontrou centenas de refugiados. Eu imagino que você ouça a mesma história muitas vezes. E ainda cada pessoa tem sua história em particular e cada pessoa que contar isso para você. Estas histórias marcaram você? Você pode nos contar?

ANGELINA JOLIE: Sim. Eu falei sobre algumas delas hoje. Bem...eu odeio chorar. Meu Deus há algumas que me marcaram muito. Há a primeira pessoa que você encontra, observa elas lutando para sobreviver. E depois você fica sabendo que elas faleceram e você não pôde fazer nada para impedir. Principalmente os jovens.

Havia um jovem garoto que eu encontrei, ele tinha uns 15 anos e havia levado um tiro nas costas que o deixou paralítico. Toda sua família havia sido morta, ele estava completamente sozinho. Ele tinha a mais linda e doce face, ele era tão generoso e tão...mas ele estava sozinho. E eles não tinham condições de dar a ele qualquer assistência, mesmo assim ele estava com um espírito inquebrável, um espírito que supera qualquer coisa que eu poderia imaginar. Ele perdeu tudo.

E ele era tão cheio de alegria e bondade. Ele faleceu poucos meses depois que eu estive lá. Tanto que eu sempre me preocupei, você sabe..a bondade destes jovens que você encontra que fazem você se questionar. Meu Deus, em qualquer outra situação, se esta pessoa tivesse tido uma chance, que adulto extraordinário ele poderia ter se tornado. Extraordinário para seu país, para sua família se ele tivesse tido a chance de ter uma. Mas infelizmente ele passou por tantas coisas horríveis em sua vida. Ele me tocou muito pela sua força e espírito. Eu penso nele e eu não posso reclamar sobre nada. Eu não posso fazer mais nada a não ser agradecer pelo que eu tenho porque ele era tão grato e ele não tinha nada e havia sofrido tudo. Há milhões como ele, portanto há muitas, muitas histórias.

Como suas viagens afetam a sim mesma e a sua família:

ANDERSON COOPER: Seu trabalho humanitário mudou a maneira que você vê a si mesma, a maneira que você vê sua própria família, seus próprios filhos?

ANGELINA JOLIE: Absolutamente. Eu acho que em mais caminhos do que eu mesma possa compreender. Eu apenas sei disso, eu quero isso, eu quero isso para a educação dos meus filhos. E mais do que pensar, eu quero deixar claro que eles compreendam isso. Eu quero ter certeza que eles saíam para o mundo como eu tive a sorte de sair da maneira que eles puderem. Eu quero que eles vejam como outras pessoas vivem, quero que eles encontrem outras crianças que são tão fortes, tão gratas pelo que têm você sabe, o pouquinho que elas têm. Estas crianças que são fortes sobreviventes. E eu penso que por observar estas pessoas, encontrar estas pessoas, ser amigas deste tipo de pessoas e deste tipo de crianças, isso irá fazer meus filhos serem pessoas muito melhores à medida que ficam mais velhos. É isso que eu espero.

ANDERSON COOPER: Então você os levará a campos de refugiados?

ANGELINA JOLIE: Eu espero influenciar a minha família. Com certeza eu irei, eu já fiz antes. Mad vai à fronteira de Thai freqüentemente.

Sobre os aniversários:

ANDERSON COOPER: Bem, eu gostaria de fazer uma pergunta para finalizar. Você tem uma quantidade enorme de aniversários para comemorar. Como você consegue lidar com tantas datas de aniversário?

ANGELINA JOLIE: Eu tenho os gêmeos pela frente e tive Shai (Shiloh) em maio. Nós temos muitos filhos, portanto muitos aniversários para comemorar durante o ano. É divertido, você sabe? É muito mais divertido agora desde que os mais velhos ajudam a planejar a festa dos mais novos. É apenas um dos grandes prazeres da vida.

Possibilidade mais filhos:

ANDERSON COOPER: Todo mundo em meu escritório pediu para que eu perguntasse. Vocês têm planos para mais filhos?

ANGELINA JOLIE: Sempre. Nós amamos crianças... nós queremos uma grande família. Nós jamais dizemos não.