sábado, 13 de setembro de 2008

Super Angel

Fonte: O Diario de Angelina Jolie

Capa da Revista Criativa de Setembro




Seja pelo estrondoso sucesso que faz no cinema, seja pelas ações humanitárias ao redor do planeta, seja por ser esposa de Brad Pitt e ter uma penca de filhos lindos, Angelina virou uma espécie de mulher-maravilha de Hollywood.


Na última década, Angelina Jolie interpretou alguns dos personagens mais marcantes de sua carreira. Da louca rebelde em Garota, Interrompida, que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante em 2000, a uma violenta assassina em O Procurado, que acaba de estrear no Brasil, a atriz americana de 33 anos já fez quase tudo. Mas é longe das luzes frias de Hollywood que atualmente ela vive o seu maior papel: o de mãe e ativista humanitária. Seu gesto mais recente foi o de vender para as revistas People e Hello! fotos de seus gêmeos por estimados US$ 26 milhões. Nascidos no último dia 12 de julho na França, Knox Léon e Vivienne Marcheline fizeram a alegria do pai e dos quatro irmãos: Maddox, de 7 anos, Pax Thien, 4, Zahara, 3, e Shiloh, 2. 'A Shiloh diz que os bebês são seus', disse Angelina à People. 'Ela e Zahara ajudam a trocar de roupa e segurá-los. São como duas mamãezinhas.' A dinheirama será enviada para nações necessitadas por intermédio da Jolie-Pitt Foundation, ONG criada por ela e pelo marido, Brad Pitt, dois anos atrás. Nada mal para uma estrela que tem um cachê médio de US$ 15 milhões por filme, e calcula-se já ter doado cerca de US$ 50 milhões na reconstrução de hospitais, creches e escolas em alguns dos lugares mais miseráveis do planeta, como o Chade e o Sudão.

E não foi a primeira vez que o casal capitalizou - por uma causa nobre, é bom lembrar - em cima da própria família. Na ocasião do nascimento da Shiloh, em 27 de maio de 2006, as imagens da loirinha renderam US$ 4 milhões. O mesmo ocorreu quando ela adotou Pax Thien, em 15 de março do ano passado, no Vietnã. A primeira foto dos dois juntos rendeu US$ 2 milhões. E o destino das fortunas foi o mesmo: países pobres da África e Ásia. Além disso, três dos seis filhos do casal são adotados: Maddox nasceu no Camboja, Zahara, na Etiópia, e Pax, no Vietnã. Sem contar o parto de Shiloh, realizado num hospital da Namíbia.

Mas o que mais impressiona nessas histórias é a inflação monetária em torno do casal a cada novo bebê - sempre prontamente atendida pelas revistas de celebridades. E a motivação das publicações destinadas a vasculhar a vida das celebridades, com certeza, não é apenas os olhos verdes e os lábios volumosos de Angelina, ou a beleza displicentemente perfeita de Brad Pitt. O fato é que hoje em dia todas querem ser Angelina, com sua vida glamurosa e recheada de atos benemerentes. Engajada na causa desde 2001, quando esteve no Camboja por conta das filmagens de Lara Croft: Tomb Rider, Jolie diz que quer chamar a atenção do mundo para assuntos além dos filmes que protagoniza. 'Chega uma hora em que você percebe que as coisas que fala numa entrevista não têm mais tanta importância, de que não está aprendendo nada como indivíduo.'

Embaixadora da Boa Vontade do Alto-Comissariado da ONU, Angelina Jolie já visitou refugiados em mais de 30 países: Sudão, Kosovo, Chade, Namíbia, Paquistão, Serra Leoa... Recentemente afirmou que pretende construir na Etiópia uma clínica gratuita para atender portadores de Aids e tuberculose. 'É um projeto para que a Zahara tome conta quando estiver mais velha', disse. Na lista anual que a revista Time realiza com as personalidades mais influentes do planeta, o casal aparece na 21ª posição. Somente em 2006, Pitt e Jolie declararam em seus impostos de renda a quantia de US$ 8,5 milhões de dólares em doações para organizações como Médicos sem Fronteiras, Aliança Global contra a Aids e Programa de Ação da Cruz Vermelha da Namíbia.

Antes de conhecer Brad Pitt, Angelina foi casada entre 2000 e 2003 com o ator Billy Bob Thornton, duas décadas mais velho que ela. Naquela época ela chamava mais atenção pelas declarações de ir para a cama com homens e mulheres, de carregar o sangue do marido em uma ampola no pescoço e de suas experiências com drogas do que pelos atos humanitários e o lado família. 'Mas chegou um momento em que Bob ia gravar, e eu viajar para Serra Leoa. Um não se interessava no que o outro havia se transformado', afirmou. O encontro com Brad deu-se em 2005, durante as gravações do longa de ação Sr. e Sra. Smith. Eles protagonizaram uma das cenas mais quentes do cinema. Na época, o galã ainda era casado com Jennifer Aniston, a Rachel do seriado Friends. 'Sou muito sortuda. Estou com um homem que me faz sentir sexy até grávida. E ainda ama crianças', disse para o jornal USA Today. Alguns meses atrás, veio à tona uma invejosa declaração atribuída a Billy Bob sobre o casal: 'Angelina está apenas passando por uma fase colegial. Sabe quando você namora o melhor jogador do time de futebol? Ela vai acordar desse sonho em pouco tempo'. O ator negou que tenha dito isso e afirmou que sua relação com Angelina, Brad e os filhos do casal é de respeito e admiração.

E a atriz que surge agora no filme O Procurado é bem diferente daquela que aparece nas fotos de família. 'Não sou mais cool, e com esse filme pude colocar esse lado radical novamente à tona', diz. Ela interpreta uma assassina escalada para treinar o jovem Wesley (James McAvoy) para que ele vingue a morte do pai (Morgan Freeman). Angelina só precisa se dar conta de que ser radical de verdade não é sair dando tiros e piruetas: rodar o mundo tentando ajudar os outros é muito mais vibrante que tudo isso junto.

'Eu não sou cool'

Angelina Jolie fala das cenas radicais em O Procurado, de como descobriu seu lado humanitário e do pesadelo que é jogar videogame com os filhos
Por Martyn Palmer, de Cannes.

Como foram as filmagens?


Muito divertido. A produção me dava folga nos fins de semana e limitava meus horários de filmagem, de modo que eu tinha tempo livre para ficar em casa com os meus filhos. Foi muito bom voltar a fazer esse tipo de filme. Há um lado meu que todo mundo sabe que é o da pessoa humanitária, e outro lado que é o de ser mãe. Mas acredito que assim como todas as mulheres eu também tenho um lado que gosta de se meter em sujeira e se divertir dando saltos por aí. Eu estava sentindo falta de um pouco disso.

E no futuro seus filhos assistirão ao filme e dirão: ei, mãe, aquilo que você fez foi realmente impressionante...

Eles vão achar que eu sou uma pessoa cool, coisa que atualmente eu não sou. Quando nossos filhos nos chamam para jogar videogame, é um pesadelo. Eu e o Brad somos terríveis. Não consigo nem entender como aquilo funciona. E eles devem pensar: 'nossa, como a mamãe é boboca'. Mas agora eles vão se dar conta de que a mamãe aqui não é totalmente uma boboca.


Você fez algumas tatuagens temporárias para o filme...


Foram quatro ou cinco nos braços, uma enorme nas costas e duas na bunda. Fiquei tentada em mantê-las depois que as filmagens terminaram.


Você precisou de dublê?

Sim. Ela se chama Eunice Huthart, e já fizemos alguns filmes juntas. A Eunice me ajuda a encontrar truque mais seguro que me permite fazer sozinha. Por exemplo, nas seqüências de carro ela testa tudo e depois me diz: está tudo bem, pode ir.

Você faz algumas manobras espetaculares no filme. Gosta de dirigir?

Eu amo. Um dia desses uma amiga minha alugou um carro esportivo e eu e Brad ficamos o dia todo dirigindo. Foi fantástico. Era um Mercedes com aquelas portas suicidas, que abrem ao contrário. Só não dirijo mais porque não gosto de sair com as crianças e ser perseguida. Mas quando estamos em outros países adoramos alugar um carro e sair por aí.

Você se acha viciada em adrenalina?



Sim, um pouco. Eu e Brad temos licença para pilotar aviões. Mas eu não gosto de voar pelo simples fato de voar. Eu quero ir para lugares que ainda nem estão no mapa. Ou de repente pegar o avião e ir almoçar na Itália. Isso é liberdade.

Certa vez você disse que estava 'sem objetivo na vida, triste e pouco saudável'. O que lhe deu um novo impulso? Foram as crianças?

Tive de encontrar um meio-termo antes de resolver ser mãe. Eu não iria simplesmente mergulhar nessa história sem antes ter certeza de que tudo estaria certo e estável. Aprendi à beça com as viagens da ONU, rodando o mundo e notando que havia muita coisa que eu não conhecia. E depois tem essa idéia da celebridade: de sentar para dar entrevista e em certo momento perceber que as coisas que fala não têm mais tanta importância, de que não está aprendendo nada como ser humano, como indivíduo.

De todos os países que você já visitou qual é o de que mais gosta?

O Camboja, que foi o primeiro lugar a que eu fui, e é de onde veio o meu primeiro filho, Maddox.

Foi com as viagens da ONU que passou a se interessar por outros assuntos?


Passei a ficar preocupada com o mundo e comecei a tentar achar uma voz para assuntos políticos e humanitários. Percebi que havia um propósito maior do que simplesmente dar uma entrevista. Quando você cresce em Los Angeles, e de repente se vê sozinha com uma mochila nas costas, em uma zona de guerra onde as pessoas estão morrendo e chorando porque não têm o que dar de comer para os filhos, rapidamente você se dá conta do que realmente importa e começa a ver o resto como algo bobo e distante. É bom quando alguém vem até você, lhe dá um beijo no rosto e pergunta 'por que está tão triste? Você tem 20 e poucos anos e está deprimida por quê? Você é saudável, sabe onde está sua família e tem o que comer'. Depois de ouvir isso eu nunca mais perdi o foco.

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