Ela está deitada, parece que nua, amarrada e toda ensanguentada. Alguns norte-coreanos entram na salinha onde ela é feita refém e começam a torturá-la. Ali está Angelina Jolie irreconhecível (exceto, é claro, pela boca), na pele de Evelyn Salt, agente da CIA. Ela só é libertada porque seu pretendente, um biólogo alemão que estuda aranhas, atormenta tanto o governo americano que este resolve conversar com as autoridades da Coreia do Norte. Ao sair, ela está magra e com o rosto desfigurado. O espectador saberá depois que ela é ainda mais importante na trama: não só para o homem apaixonado, que se torna marido, mas para um plano ambicioso e estratégico, criado em 1975, ainda na Guerra Fria. Trabalham também na película August Diehl, o maridão, e os ótimos Liev Schreiber e Chiwetel Ejiofor, também da CIA.
A agente de Salt, que estreia na sexta (30), é uma mistura de McGyver, James Bond e Tom Cruise – este último, aliás, estava cotado para o papel antes de Angelina, mas não teve tempo para se dedicar à produção. Ela é expert em explosivos, e também em saltos, socos e em se safar de quem a persegue. Uma intrusa nos filmes ação, quase que completamente estrelados por homens. Seria uma das últimas oportunidades de ver Angelina nos cinemas? Ainda não. A moça, que é bem casada e tem seis filhos, disse recentemente que o casal pensa em fazer menos filmes, mas só daqui a algum tempo.
Certeza mesmo é que, se fosse seu último trabalho (neste ano ainda há a estreia de The Tourist), seria uma decepção para os fãs marmanjos. Angelina, diva-linda-sinônimo-de-mulher-ideal, só aparece de calças e blusas longas/casacos. Nada de roupa justinha ou curta ou molhada ou semi aberta. O máximo que o espectador verá, e durante poucos minutos, é sua canela, debaixo de uma saia bem comportada. Será que, com este filme, ela acaba de abandonar a sensualidade nos cinemas?
Quem se lembra de Angelina em filmes como Beowulf, Sr. e Sra. Smith, O procurado, 60 Segundos, o picante Pecado Original ou Tomb Raider? Se não lembra, dá uma olhadinha nas fotos abaixo. Difícil não imaginá-la em um papel sexy, mesmo que derramando sangue – tem gente que adora mulheres portando arma, né? Até em Garota, Interrompida, filme de 2000 pelo qual ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante, Angelina exibe certa sensualidade, apesar da história baixo-astral (foto ao lado). Em Salt, só vemos um personagem de ação envolvido a socos e tiros (ok, não posso cometer uma injustiça: quando ela está de cabelos negros ganha um pouco mais de sex apeal). O único sentimento que ela esboça é pelo maridão aracnólogo, pelo qual se vinga a qualquer custo. E é aí que a atriz tem um trunfo: o da atuação – pouco explorado em todos os filmes acima citados, exceto por Garota, Interrompida.
Em tempo: eu não esperava ver a atriz pelada nem em cenas picantes com ninguém. Minha expectativa era de uma agente menos masculinizada, talvez um traço feminino dentro de um mundo majoritariamente masculino. Ela é insensível e inabalável. Mostrou-se uma boa atriz em um filme que não expõe seus dotes físicos nem quer que o espectador preste atenção aos peitos ou curvas. O papel poderia ser de um homem, como foi proposto inicialmente, porque é frio como um homem pode ser. Na pele de uma mulher, essa frieza é ainda mais mortal e assustadora. Angelina consegue botar susto. Por que, se ela não gostar de você, meu bem, ela vai te matar…
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Assista ao trailer de Salt:
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